segunda-feira, dezembro 24, 2007

Os Bacalhaus Perdidos (I)

Geralmente quando se fala do Império Português centram-se logo as atenções em África (no geral, como se Arguim e Melinde fossem terras vizinhas), no Brasil e na Índia (também no geral). E isso é natural, já que durante a extensão temporal do Império estas terras foram o ponto mais lucrativo e importante. Mas havia mais para além destas.

O que me leva a escrever este artigo é o desconhecimento ou desinteresse de muitos nas antigas possessões portuguesas na América do Norte. Sim, ouviu bem, na América do Norte - não estou a falar do Brasil. O que primeiro me cativou a atenção foi um dos meus livros escolares do 7º ou 8º ano, que para além da representação do império típica, tinha um pequeno pontinho a oeste dos Açores. Durante muito tempo fiquei intrigado com aquele pontinho. Não fazia sentido ainda por cima porque ficava a oeste da linha de Tordesilhas, portanto não poderia ser Português, mas ali estava. Não perguntei ao professor o porquê, talvez porque já tivesse descoberto mais um interesse para desenvolver. Mas sempre ficou na minha memória aquele pontinho na América do Norte.
Mais tarde, talvez pouco tempo depois, descobri que aquele pontinho estava sobre a Terra Nova. Comecei a investigar sobre a Terra Nova e ainda fiquei mais perplexo: tinha sido descoberta por Caboto em 1497 e tinha sido um colónia inglesa. Jacques Cartier também tinha lá passado. Teria sido um erro aquele pontinho? Nunca quis acreditar que era, mas não conseguia explicar como tinha surgido, e também não encontrava respostas...
Anos depois cá estou eu e já sei o porquê daquele pontinho. Pode dizer-se que a internet ajuda muito. Pois bem, vou desvendar um pouco o porquê daquele ponto. Porque eu acho que até as colónias mais esquecidas ou falhadas merecem ser referidas e estudadas e de forma separada das demais.
Bem vindos à Terra Nova dos Bacalhaus, a parte portuguesa da América do Norte no século XVI.

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