tag:blogger.com,1999:blog-188050762024-03-13T17:02:54.643+00:00Terra TranscendentalCâmarahttp://www.blogger.com/profile/00060558604922942769noreply@blogger.comBlogger16125tag:blogger.com,1999:blog-18805076.post-40413380425467496562010-04-28T17:21:00.002+01:002010-04-28T18:15:17.305+01:00Documentos sobre João Álvares Fagundes (I)Sobre João Álvares Fagundes, capitão da Terra Nova, pouca informação se encontra, principalmente online. Alguma dela está livremente disponível no Archivo dos Açores ( http://www.uac.pt/~arquivoacores/ ) (sobre Fagundes procurar Corte Reais, Volume IV, páginas 465-468) indirectamente ao falar dos feitos dos Corte-Real. Aqui são referidos boletins da Sociedade de Geografia de Lisboa (actual Sociedade de Geografia de Portugal). Como esta informação não se encontra online, para os interessados, vou colocar aqui o texto integral presente nestes boletins sobre o explorador.<br /><br />Os textos vêm do Boletim da Sociedade de Geografia - Nº 2 (Dezembro de 1877), páginas 72-77 e Nº3 (Julho de 1878), páginas 169-172.<br /><br />Começo pelo primeiro:<br /><br />"<br /><div style="text-align: center;"><span style="font-style: italic;">III<br />João Alvares Fagundes<br />Um dos descobridores da Terra Nova<br /><br /></span><div style="text-align: left;"><span style="font-style: italic;">Querem alguns genealogicos que este intrepido aventureiro vianez proceda dos celebrados Facundios ou Fagundes, fidalgos portugueses muito encarecidos em nobiliarios e que parece devem sua origem a uma fraqueza amorosa de um cardeal S. Facundo com uma ilustre dama romana, de nome Isabel de Bolonha (1). Esta opinião é a que mais commumente se verifica das arvores genealogicas de algumas familias distinctas do Minho, nas quaes, se bem que por um modo extremamente vago e sem indicações chronologicas, apparece o nome do ousado navegador com estes titulos </span>Capitão da Terra Nova e Senhor e Descobridor das Ilhas do Bacalhau<span style="font-style: italic;">.</span><br /><span style="font-style: italic;">Assim o encontramos na arvore genealogica de Antonio Pereira Cyrne de Castro da Silva Bezerra Fagundes, de Vianna, na qualidade de irmão de Catharina Alvares Fagundes, esposa de Pero ou Pedro Gomes Pereira do Lago, senhor do praso de S. Salvador da Torre.</span><br /><span style="font-style: italic;">Na casa de Calheiros, uma das mais antigas da ribeira Lima, apparece o nome de João Alvares Fagundes,</span><span style="font-style: italic;"> ""senhor"" na qualidade de avô de Francisco Fagundes e este, pae de Gembra Jacome Fagundes, casada com Garcia Lopes Calheiros.</senhor></span><br /><span style="font-style: italic;">Estas referencias, porem, apparecem, como dissemos, despidas de toda a indicação chronologica, sem authoridade, sem esclarecimentos e não faltando quem com bons fundamentos duvide da veracidade d'ellas. N'estes termos, pois, não nos bastam estas alusões particulares, escriptas no seio das familias e quasi sempre por chronistas apaixonados ou estipendiados, para considerar-mos João Alvares Fagundes descendente d'aquelles fidalgos, que já no século XIII acudiam com donativos valiosos á obra que Affonso III emprehendera em Vianna. Em escriptos de maior credito o vemos tractado apenas por </span>fidalgo vianez, cavalleiro da casa de El-Rei, chefe da familia Fagundes<span style="font-style: italic;"> e como tal declarado por D. João III no brasão d'armas que deu a Pero Pinto, sobrinho do illustre aventureiro, a 9 de setembro de 1527, em Coimbra (2).</span><br /><span style="font-style: italic;">Esta referencia, feita por o auctor dos </span>Solares<span style="font-style: italic;"> e pondo mesmo de parte a qualidade de genealogico imparcial e o cunho de veracidade que apparece em todos os seus escriptos, affigura-se-me bastante para provar que João Alvares Fagundes, em rasão do feito por elle practicado, constituiu de per si uma outra familia, independente da que houvera sido nobilitada por Affonso III em 1253.<br />O que se me affigura exacto é que os antigos senhores do appellido Fagundes, vendo os favores que do soberano recebera em 1527 o intrepido navegador não hesitaram conta-lo entre os illustres de sua estirpe, processo facil, por meio do qual os annaes de familia podiam adquirir mais profundo luzimento.<br />Querem também alguns escriptores que João Alvares Fagundes sahisse do solar do Outeiro, na freguezia de Moreira, concelho de Ponte de Lima. Não me parece com muito fundamento esta asserção.<br />A casa do Outeiro, situada na freguezia de Moreira do Lima, no lugar das </span>Lages<span style="font-style: italic;">, no extremo do qual fica um outro com o nome de Roubão, é obra de Ruy Fagundes, arcypreste da collegiada de Vianna e filho de Rodrigo Ennes Fagundes, egualmente arcypreste da mesma collegiada. Este Ruy Fagundes veio a instituir vinculo por mando ou testamento de 5 de setembro de 1553, época, aproximadamente que deve ser tomada como da fundação da casa, cujas ruinas ainda se ostentam de pé. Por uma determinação especial nomeou Ruy Fagundes por administrador de seu vinculo a seu filho Balthazar Fagundes, morador em Vianna, pessoa de muitos creditos, governador do castello, qualidade que este fidalgo não omitte em seu testamento, escripto n'aquella villa a 4 de janeiro de 1594.<br />Até o tempo em que D. Diogo de Lima foi feito governador do castello estiveram n'elle esculpidas as armas dos Fagundes, como evidentemente o affirma o padre Antonio machado Villas-boas em seus apontamentos.<br />Ostentam ainda hoje as ruinas d'este solar do Outeiro varias legendas que, mais por curiosas que por fazerem parte do objecto principal d'esta noticia, aqui deixo apontadas.<br />Sobre o portão que dá serventia para o rocio ou terreiro está um escudo coroado com o symbolo timbrico dos Pereiras, isto é, uma cruz no meio de duas allas ou azas. No corpo do brazão que é espherico estão representados os appelidos Pereiras e Fagundes, sem mais ornato nem inscripção.<br />Dentro do rocio e sobre uma pequena porta que dá ingresso para um caminho da quinta está outro brazão com os mesmos appellidos, diversificando apenas no timbre pela ausencia das allas. A cruz que encerra o escudo tem esculpturada a imagem de Christo. Serve de appoio a este emblema heraldico uma especie de atticos, sem ornamentos nem primores, no corpo dos quaes se lê claramente esta inscripção:<br /><br /></span><div style="text-align: center;"><span style="font-style: italic;">MORGADO DOS FAGUNDES.<br /><br />QVE INSTITVIR V´ FAGV~DES ANO 1553. FOI<br />PRIMEIRO ADMINISTRADOR B.AR FAGUNDES<br />SEU FILHO QVE ESTA OBRA E CAZAS FEZ.<br />HA INSTITVICAO ESTA NA CAMARA DA VILLA<br />DE VIANA CABECA DO MORGADO<br />1583.<br /><br /></span><div style="text-align: left;"><span style="font-style: italic;">No extremo norte da quinta, já sobre o logar do Roubão e em parede pouco elevada está entalhado um escudo, já não oval, com o symbolo heraldico dos Fagundes e a inscripção seguinte:<br /><br /></span><div style="text-align: center;"><span style="font-style: italic;">_______<br />P. A.-- B. F<br />MORGADO DOS FAGV~DES<br />_____________________<br />1591<br /><br /></span><div style="text-align: left;"><span style="font-style: italic;">isto é = primeiro administrador = e = Balthazar Fagundes.<br />Este Balthazar Fagundes parece que, depois de enviuvar, veio a fazer-se clerigo, obtendo mais tarde a abbadia de Moreira, onde falleceu. D'este Balthazar Fagundes ficou uma filha de nome Maria Fagundes, que casou com Francisco Pereira Pinto, senhor do segundo morgado de Bertiandos.<br /><br />(a continuar)<br /></span><span style="font-style: italic;"></span></div><span style="font-style: italic;"></span></div><span style="font-style: italic;"></span></div><span style="font-style: italic;"></span></div><span style="font-style: italic;"></span></div></div>Câmarahttp://www.blogger.com/profile/00060558604922942769noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18805076.post-46213072648190671342010-01-29T20:22:00.002+00:002010-01-29T20:24:08.366+00:00O dos Castelos<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQhyZ4khP3gUNHZ_-WKJBeo9077pFaCKVJEwXjItXNAgCSt87IRj2RneGWkUvAl3G1Uwq08-nVyuOml9xO14LPuY4Ileu4_ceNakHaGJsYE4_3KXxZGD28gpprqc3-UWM6m3oD1g/s1600-h/o+dos+castelos.png"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 320px; height: 213px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQhyZ4khP3gUNHZ_-WKJBeo9077pFaCKVJEwXjItXNAgCSt87IRj2RneGWkUvAl3G1Uwq08-nVyuOml9xO14LPuY4Ileu4_ceNakHaGJsYE4_3KXxZGD28gpprqc3-UWM6m3oD1g/s320/o+dos+castelos.png" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5432259973271919506" border="0" /></a><br /><div align="left"><span style="font-family:Arial, Helvetica, sans-serif;">A Europa jaz, posta nos cotovellos:</span></div><div align="left"><span style="font-family:Arial, Helvetica, sans-serif;">De Oriente a Occidente jaz, fitando,</span></div><div align="left"><span style="font-family:Arial, Helvetica, sans-serif;">E toldam-lhe românticos cabellos</span></div><div align="left"><span style="font-family:Arial, Helvetica, sans-serif;">Olhos gregos, lembrando.<br /><br /></span></div><div align="left"><span style="font-family:Arial, Helvetica, sans-serif;">O cotovello esquerdo é recuado;</span></div><div align="left"><span style="font-family:Arial, Helvetica, sans-serif;">O direito é em ângulo disposto.</span></div><div align="left"><span style="font-family:Arial, Helvetica, sans-serif;"> Aquelle diz Itália onde é pousado;</span></div><div align="left"><span style="font-family:Arial, Helvetica, sans-serif;">Este diz Inglaterra onde, afastado,</span></div><div align="left"><span style="font-family:Arial, Helvetica, sans-serif;">A mão sustenta, em que se appoia o rosto.</span></div><div align="left"><span style="font-family:Arial, Helvetica, sans-serif;"> Fita, com olhar sphyngico e fatal,</span></div><div align="left"><span style="font-family:Arial, Helvetica, sans-serif;">O Occidente, futuro do passado.<br /><br /></span></div><div align="left"><span style="font-family:Arial, Helvetica, sans-serif;"> O rosto com que fita é Portugal.<br /><br /><br /></span><div style="text-align: right;"><span style="font-style: italic;">Fernando Pessoa</span><br /></div></div>Câmarahttp://www.blogger.com/profile/00060558604922942769noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18805076.post-21642663451696684692009-08-14T23:53:00.002+01:002009-08-15T00:10:37.266+01:00Brunei vs Majapahit & Kutai<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWd8PouqtvtnetGIcVsS9JLw6FZ1d4T9W06yjJ3hRMTJISof4IoNfnQ0zAo8mE4TPe2D4o7RVUaDqWCqRftBmRgzcXIK4XP4fDcTpEJeWmXrD1glvyj5BDYVpFO1IJVnQP3fdS3Q/s1600-h/EU3_1.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 320px; height: 200px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWd8PouqtvtnetGIcVsS9JLw6FZ1d4T9W06yjJ3hRMTJISof4IoNfnQ0zAo8mE4TPe2D4o7RVUaDqWCqRftBmRgzcXIK4XP4fDcTpEJeWmXrD1glvyj5BDYVpFO1IJVnQP3fdS3Q/s320/EU3_1.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5369957777475337746" border="0" /></a><br />Brunei foi corajoso o suficiente para declarar guerra a Kutai, um vassalo meu. Os exércitos do império de Majapahit estão agora a marchar para Kutei para salvar o meu vassalo.<br /><br />Eu venero o Europa Universalis III. Eu adoro história, principalmente a história de países pequenos e obscuros de que ninguém ouviu falar e este jogo, juntamente com a comunidade de modding, oferece-me um mundo inteiro jogável cheio destes países WTF.<br /><br />[Já agora, esta é a expansão In Nomine, com o mod Terra Universalis (que fui eu que criei! Mas esta parte no mundo é baseada noutro mod, Divide et Impera)]<br /><br />Eu sinto saudade desse mundo, cheio de países, cheio de cultura, cheio de complexidade...<br /><br />Em próximos posts vou relembrar a história de muitos destes países obscuros. Eles merecem isso.<br /><br />Como devem saber Brunei ainda existe. Sim, é uma sombra do poderoso sultanato que governou o Bornéu, mas só a sua existência é o suficiente para me deixar feliz já que torna o mundo muito mais interessante. (Como monárquico deixa-me duplamente feliz já que ainda é uma monarquia - as repúblicas são muito menos interessantes).Câmarahttp://www.blogger.com/profile/00060558604922942769noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18805076.post-5016961196033879702009-08-10T19:55:00.001+01:002009-08-10T19:59:06.879+01:00A Monarquia do Sul<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjZ36Ad7ipW_7pJctLtZDrwp2qGmPwbIRmv3XXjFw-GRTa43QCxiXMr_K0RGwmpleFLIOb926DUxO47SZ42eZM-NKnSIxyUh5DOxRNVjYV_6x6RmxdNnLiaJQ6QZb3MXryPWE6Ig/s1600-h/0000062222.JPG.jpeg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 320px; height: 180px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjZ36Ad7ipW_7pJctLtZDrwp2qGmPwbIRmv3XXjFw-GRTa43QCxiXMr_K0RGwmpleFLIOb926DUxO47SZ42eZM-NKnSIxyUh5DOxRNVjYV_6x6RmxdNnLiaJQ6QZb3MXryPWE6Ig/s320/0000062222.JPG.jpeg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5368411227559294642" border="0" /></a><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br />90 anos depois da Monarquia no Norte foi proclamada a Monarquia no Sul.<br /><br /><span style="font-style: italic;">«Soldados !</span><br /><span style="font-style: italic;">«Tendes diante de vós a Bandeira Azul e Branca! Essas foram sempre as cores de Portugal, desde Afonso Henriques, em Ourique, na defesa da nossa terra contra os Moiros até D.Manuel II mantendo contra os rebeldes africanos os nossos domínios em Magul, Coolela, Cuamato, e tantos outros combates que ilustraram as armas portuguesas.</span><br /><span style="font-style: italic;">«Quando em 1910 Portugal abandonou o Azul e Branco, Portugal abandonou a sua história! E os povos que abandonam a sua história são povos que decaem e morrem.</span><br /><span style="font-style: italic;">«Soldados! o Exército é, acima de tudo, a mais alta expressão da Pátria e, por isso mesmo, tem que sustentá-la e tem que guardá-la nas circunstâncias mais difíceis, acudindo na hora própria contra os perigos, sejam eles externos ou internos, que lhe ameacem a existência.</span><br /><span style="font-style: italic;">«E abandonar a sua história é erro que mata! Contra esse erro protesta, portanto, o Exército, hasteando novamente a sua antiga Bandeira Azul e Branca.</span><br /><span style="font-style: italic;">«Aponta-vos Ela os caminhos do Valor, da Lealdade e da Bravura, por onde os portugueses do passado conquistaram a grandeza e a fama que ainda hoje dignifica o Exército de Portugal perante as nações do Mundo!</span><br /><span style="font-style: italic;">«Juremos segui-la, soldados! E ampará-la com o nosso corpo, mesmo à custa do próprio sangue!</span><br /><span style="font-style: italic;">«E com a ajuda de Deus, e com a força das nossas crenças tradicionais, que o Azul e Branco simbolizam, a nossa Pátria salvaremos!»</span><br /><br /><span style="font-style: italic;">«Viva El-Rei D.Manuel II!»</span><br /><span style="font-style: italic;">«Viva o Exército! Viva a Pátria Portuguesa!»</span><br /><br />Dircurso de Paiva Couceiro aos seus companheiros na Monarquia do Norte em 1919Câmarahttp://www.blogger.com/profile/00060558604922942769noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18805076.post-35909780376164964612009-07-03T12:48:00.003+01:002009-07-03T12:53:14.806+01:00Maria João Pires renuncia à nacionalidade portuguesa<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://www.mediamania.com.br/secundarias/dellarte2008/maria-joao-pires/fotos/foto01.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 101px; height: 127px;" src="http://www.mediamania.com.br/secundarias/dellarte2008/maria-joao-pires/fotos/foto01.jpg" alt="" border="0" /></a><br /><a href="http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1390053&idCanal=14">Maria João Pires renuncia à nacionalidade portuguesa</a><br /><br />Será que sou o único que pensa que a nacionalidade portuguesa vale mais que dinheiro e birras sejam elas legítimas ou não?Câmarahttp://www.blogger.com/profile/00060558604922942769noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-18805076.post-66877873887523613652009-06-15T18:57:00.008+01:002009-06-29T12:16:35.602+01:00O meu grande amigo PidgeotComo já devem ter reparado, eu gosto de imensas coisas, umas mais eruditas, outras mais "fúteis". Dentro das coisas fúteis que eu gosto é o jogo Pokémon. Acho o conceito muito bom (para quem não sabe, apanhar criaturas e depois usá-las para combate) e tenho pena que a ideia não seja usada para criar um jogo "totalmente para adultos", que devido à complexidade que o jogo tem vindo a ganhar teria certamente sucesso.<br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://vladalucard.files.wordpress.com/2007/08/pokemon_logo.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 185px; height: 100px;" src="http://vladalucard.files.wordpress.com/2007/08/pokemon_logo.jpg" alt="" border="0" /></a><br />Os jogos pokémon (que já vão na 4ª geração) resumem-se a um RPG 2-D (para leigos: és uma personagem e vais jogando com ela com gráficos que podiam ser melhores) em que a fórmula é ir apanhando pokémons (se quiseres, mas é preferível ter pelo menos alguns) e depois ir lutando com eles até ganhares as competições do jogo (o que se faz rapidamente), e depois disto (já que não há fim) podes ir treinando outros pokémon que ainda não treinaste até ao nível máximo (100). Como devem imaginar, chega-se a uma certa altura em que o jogo se torna repetitivo. O que mantém o jogo popular é o chamado Metagame, que é simplesmente a parte das batalhas num modo multiplayer (leigos: com vários jogadores). Dado que felizmente as batalhas podem ter volte-faces incríveis (dada a complexidade e variedade dos ataques [que os pokémons podem aprender] que existem), fazendo com que o desfecho seja muitas vezes imprevisível. Dado que existem (até ao momento) 493 pokémons (embora aqueles que se usem nos combates sejam menos), e juntando-se dúzias de ataques com os efeitos mais esquisitos (como distorcer as dimensões de forma a que os pokémons mais lentos ataquem primeiro por 5 turnos ou convocar uma tempestade de areia - falando apenas de ataques que não provocam dano directo à energia do adversário) e 17 tipos de pokémons com fraquezas, resistências e imunidades entre si percebe-se porque é que este jogo continua a ser cativante.<br /><br />O meu pokémon favorito é um que por acaso não é muito bom no combate (e portanto não é muito usado no chamado Metagame). Chama-se Pidgeot, tem os tipos Normal e Voador (os pokémons podem ser de dois tipos em simultâneo) e é da geração I, o que quer dizer que faz parte do lote dos primeiros 151 pokémons. Por ser antigo (e portanto joguei com ele quando era mais novo) e por ter gostado muito do conceito dele tornou-se no meu favorito.<br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLHESQXY6pUnpMVB1X_jUzWPOs1Vrdz6ZUy10P2_0h3y-dn6peyl1_3g3_M8x-pMpchWzJDngqEvaI1YcZBfb900Jnpl6occ6kvfPmWvWCrioOx9RUo9Yhx598aLg4Jl2vaLHmsQ/s320/pidgeot.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 180px; height: 180px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLHESQXY6pUnpMVB1X_jUzWPOs1Vrdz6ZUy10P2_0h3y-dn6peyl1_3g3_M8x-pMpchWzJDngqEvaI1YcZBfb900Jnpl6occ6kvfPmWvWCrioOx9RUo9Yhx598aLg4Jl2vaLHmsQ/s320/pidgeot.jpg" alt="" border="0" /></a><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br />PIDGEOT!!!<br /><span style="font-weight: bold;">Stats (Pontos base)</span><br />HP (nº de pontos de vida): 83<br />Ataque (Físico): 80<br />Defesa (Física): 75<br />Ataque Especial: 70<br />Defesa Especial: 70<br />Velocidade: 91<br /><br />Uma das coisas que me levou a gostar do Pidgeot é ele ser equilibrado (leigos: abaixo de 70 esse stat é mau, acima de 100 é bom). Esta aparente vantagem é na realidade a maldição dele: não é mau em nada, mas também não é bom em nada. Não tem capacidade para aguentar muitos ataques, mas também não tem poder para desferir golpes poderosos. Muitos pokémons especializam-se num certo stat alto (e.g. 120) e usam-no bem. O Pidgeot não tem essa vantagem. Mas em comparação com outros pokémons Normal/Voador Pidgeot é sem dúvida o mais equilibrado (com a excepção do ridiculamente fraco Farfetch'd que está a precisar de uma evolução). Existem atacantes físicos com mais velocidade e poder de ataque (Staraptor, Dodrio, Fearow, Swellow) mas que depois no campo especial são maus ou então atacantes especiais (Chatot, Togekiss, Noctowl - este mais defensivo) que depois não são bons no campo físico (note-se que Togekiss é quase de outro campeonato em relação aos outros por ser muito forte). Com os seus stats Pidgeot pode ser qualquer coisa - e é esta versatilidade (embora quase inútil) que eu gosto nele.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Habilidades</span><br /><br />O Pidgeot é um daqueles pokémons em que fazia falta uma habilidade para compensar os seus stats, mas não. Keen Eye (basicamente o pokémon não pode perder pontaria) é inútil no Metagame e nem sequer contraria o aumento da evasão do adversário. Tangled Feet (a evasão do pokémon aumenta quando está confuso) é igualmente má, pois um Pidgeot confuso é quase de certeza um Pidgeot morto. Infelizmente as 2 habilidades do Pidgeot já estão escolhidas, pelo que não poderia ter outra... Tendo em conta as características do pokémon Intimidate ou Speed Boost teriam a sua lógica, embora penso que ele mereceria uma outra: uma habilidade que aumentasse o poder dos ataques que envolvessem vento em 50%.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Ataques<br /><span style="font-weight: bold;"><br /></span></span>Como a maior parte dos pokémons do seu tipo, o moveset (isto é, o conjunto de ataques que pode aprender) não é muito extenso. No campo ofensivo físico "bruto" Brave Bird, Return, Double Edge e Steel Wing são boas opções, embora o ataque do Pidgeot não permita que eles sejam suficientemente eficientes. Até esta geração um pokémon de aço poderia aparecer à frente dos pokémons Normal/Voador e rir-se do que este lhe mandaria. Staraptor tem uma forma de contrariar esse problema com o poderoso Close Combat, o que o faz destacar dos outros.<br /><br />No entanto, os tutores da versão Platinum trouxeram nova vida ao Pidgeot. Dado o seu equilíbrio, este tem algum poder no campo especial, e aí Heat Wave é uma brisa para o moveset do Pidgeot (e para os outros atacantes especiais). Outras opções, como Icy Wind, são também interessantes embora não sejam fantásticas. Outra, Air Slash, permite ter um ataque do mesmo tipo com alguma força. Ou seja, usando da sua versatilidade, Pidgeot pode tentar ser uma espécie de atacante misto, com Brave Bird, Return/Air Slash, Heat Wave e Icy Wind. Embora não vá matar muita gente (provavelmente não mais de um) pode provocar surpresas como um 2 HKO num Garchomp ou um 2 HKO num Skarmory, tendo ainda os poderosos Return e Brave Bird para tentar fazer mossa num atacante especial (embora não o consiga derrotar só). Novamente, o Pidgeot não é uma máquina de combate, mas agora pode fazer alguma coisa.<br /><br />Dos ataques que não provocam dano, Pidgeot também os pode usar embora sem ser fabuloso nisso. Featherdance juntamente com Roost pode atordoar um pokémon desprevenido, já que ele tem as defesas suficientes para o tentar fazer em ambos os espectros. Tailwind e Agility poderiam dar mais jeito e Mirror Move poderia ser fantástico se imitasse tudo o que o adversário fizesse.<br /><br />Na minha opinião Pidgeot precisa de mais truques na manga, já que não possui nenhum trunfo na sua natureza. Extremespeed e um Gust que funcionasse como Rapid Spin seriam boas adições. Um "Extremespeed" e um "Overheat" voadores seriam bons para o Pidgeot Algo que aumentasse algum dos ataques ou defesas também. Enfim, Pidgeot é um daqueles pokémons que os criadores não querem saber (mas existem casos piores - mas não muitos no final de uma cadeia de evolução) e que por causa disso foi piorando com o tempo.<br /><br />Em suma: eu adoro o bom velho Pidgeot. Não é óptimo, mas eu gosto muito da versatilidade dele.<br /><br />PS: O Pidgeot não aprende Icy Wind - mais uma falha deleCâmarahttp://www.blogger.com/profile/00060558604922942769noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18805076.post-3515648708091578302009-01-08T13:12:00.004+00:002009-01-08T15:51:55.569+00:00Os Bacalhaus Perdidos (V) - João Fernandes "Lavrador"Como já falei anteriormente, existiram viagens portuguesas ao ocidente antes de 1492. No entanto, a primeira viagem bastante reconhecida começou em 1499, com um dos descobridores portugueses mais desconhecidos tendo em conta a sua fama. O famosíssimo Lavrador é na realidade um desconhecido para muita gente. A sua fama actual provém da existência de uma terra com o seu nome, o Labrador, no estado da Terra Nova e Labrador, no Canadá. A existência de um estado canadiano actual comum a estas duas terras é no mínimo irónica, pois como iremos ver estas eram consideradas como Portugal suas, juntando-se também o Cabo Bretão e ilhas adjacentes.<br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://www.freewebs.com/seawrite/Opal%20Greenland%20map%20web.jpg"><img style="margin: 0pt 0pt 10px 10px; float: right; cursor: pointer; width: 254px; height: 196px;" src="http://www.freewebs.com/seawrite/Opal%20Greenland%20map%20web.jpg" alt="" border="0" /></a><br />Mas voltemos ao Lavrador, o descobridor. Em Setembro de 1499 algo muito importante aconteceu em Portugal, com o regresso de Vasco da Gama. A rota para a Índia estava finalmente aberta, e na minha opinião foi isto que fez com que Portugal começasse a oficializar as suas descobertas a Ocidente, juntamente com o facto de que a ligação de Portugal a Espanha estar apenas baseada na vida do Príncipe D. Miguel da Paz cuja idade era pouca. Na minha opinião D. Manuel jogou pelo seguro, e os acontecimentos vieram a dar-lhe razão. Não acho que é por acaso que em 1499, 1500 e 1501 Portugal "descobre" de repente todas as terras a ocidente a que tinha direito segundo o Tratado de Tordesilhas (Gronelândia, Brasil, Terra Nova e Lavrador). Logo em Outubro de 1499, um mês depois de Vasco da Gama ter chegado, é emitida a seguinte autorização:<br /><br /><blockquote>Dom Manuel etc. A quantos esta nossa carta virem fazemos saber que Joham Fernandez morador em a nossa Ilha Terceira nos disse que por serviço de Deos e nosso se queria trabalhar de hyr buscar e descobrir algumas Ilhas de nossa conquista aa sua custa e vendo nos seu bõo desejo e preposito aalem de lho termos em serviço a nos praz e lhe prometemos por esta de lha darmos como de feito daremos a capitania de quallquer Ilha ou Ilhas asy povoadas como despovoadas que elle descobrill (sic) e achar novamente e esto com aquellas remdas homrras proveitos e imteresses com que temos dadas as capitanias das nossas Ilhas da Madeira e das outras e por sua guarda e nossa lembrança lhe mandamos dar esta carta per nos asynada e aseelada com o nosso seelo pemdente. Dada em a nossa cidade de Lisboa a 28 dias do mez d'outubro, André Fernandez a fez, anno de nosso senhor Jhuu x.º de 1499<br /></blockquote><br />Dois anos depois, a 19 de Março de 1501 o rei Henrique VII de Inglaterra dá o senhorio das terras que descobrirem a Richard Ward, Thomas Ashurst, John Thomaz, negociantes de Bristol, juntamente com João Fernandes, Francisco Fernandes e João Gonçalves, estes últimos escudeiros das ilhas dos Açores, vassalos do Rei de Portugal (<span style="font-style: italic;">Armigeris in Insulis de Surris, sub obedientia Regis Portugalis oriundos</span>). A 7 de Janeiro de 1502, o rei de Inglaterra dá "aos homens de Bristol que acharam a ilha libras=5", pelo que a viagem foi bem sucedida.<br />Conhecemos mais de Lavrador de forma indirecta por Pedro de Barcellos, que numa disputa de umas terras na ilha Terceira, defende a sua ausência da ilha com:<br /><br /><blockquote>houve um mandato d'Elrei para ir a descobrir eu e um João Fernandes Lavrador, no qual descobrimento andamos bons tres annos<br /></blockquote><br />Há dúvida quanto à data desta carta de Pedro de Barcellos, Ernesto do Canto acreditava que ela era de 14 de Abril de 1495, já vi outros autores indicarem a data de 1502, que faz mais sentido tendo em conta a doação de D. Manuel de 1499. No entanto, dado a doação de D. Manuel dizer "que elle descobrill (sic) e achar novamente" pode querer dizer que ele já tinha achado a ilha antes de 1499. É uma questão de se confirmar a data. Voltemos a uma família Barcellos da ilha Terceira mais tarde, que muito provavelmente é a mesma de Pedro de Barcellos.<br /><br />Em 9 de Dezembro de 1502 Henrique VII de Inglaterra volta a emitir uma carta semelhante à de 1501, mas desta vez o nomes são Thomaz Ashehurst, João Gonçalves, Francisco Fernandes e Hugh Elliott. O nome de João Fernandes já não aparece. Mas uma informação é importante, a carta diz "fazer navegações e descobertas marítimas, comtanto que não causassem prejuízo algum aos paizes anteriormente descobertos e reduzidos á obediência d'El Rei de Portugal". Ou seja, Inglaterra estava a garantir que não violaria os territórios anteriormente descobertos por Portugal. Aqui está outra informação que nunca se houve em lado nenhum.<br /><br />Quererá o não aparecimento do nome de João Fernandes (alcunha Lavrador) estar relacionado com a sua morte? É bastante possível, porque nunca mais se ouviu falar dele. Contudo, o nome de Terra do Lavrador começou a aparecer em quase todos os mapas, imortalizando o seu nome.<br /><br />Num mapa anónimo de 1534 a terra denominada Tiera do Labrador tem a legenda:<br /><br /><blockquote>La qual fue descubierta por los ingleses de la vila de bristol e por que el que dio el laviso della era labrador de las illas de los Açores le quido este nombre<br /></blockquote><br />Esta legenda faz uma espécie de resumo de todas as outras legendas dos mapas do século XVI. Porém esta é a mais completa. A questão que se tem de pôr é porque é que Lavrador foi para Inglaterra juntar-se aos comerciantes de Bristol. Se assumirmos que a carta de Pero de Barcellos é de 1502 (o mais plausível) então sabemos que a viagem de ambos ocorreu de 1499-1502. Ou seja, pelo meio João Fernandes estava a juntar-se aos navegadores de Bristol. Como o rei Henrique VII de Inglaterra salvaguardava os interesses de Portugal (de notar que em 1501 Gaspar Corte-Real já tinha partido para a sua segunda viagem) Lavrador talvez quisesse juntar forças com navegadores e comerciantes que também queriam retirar proveito das terras do norte, terras que também eram suas devido à doação de D. Manuel I de 1499. Não é de excluir a hipótese da existência de rivalidade com os Corte Real, seus conterrâneos da Terceira.<br /><br />Só falta esclarecer uma questão, que terra(s) Lavrador e Pero de Barcellos descobriram? A maior parte dos mapas do século XVI apresentam o actual Labrador junto com a Gronelândia, pelo que a legendada "Terra do Lavrador" é difícil de discernir. O mapa Cantino de 1502 apresenta a Terra Nova/Terra Nova+Labrador e a Gronelândia (ver esta parte do atlas na imagem ao lado) nas suas posições correctas, bastante afastadas, e indica a Gronelândia, legendada como "A Ponta da Ásia" com a seguinte legenda:<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHgkeWC_8CC9KP_EeJ6Vcf1vOpqEs8-UzkUJoVN4iErklqLIMPoV3gnt3fOFtnW7YWTGsZ_S7FkUdwFekh7yCsDPyxA_bRSf90Ksd33VWtq5sTUx2MVAil1XrHTpcXnWC6RshpGw/s1600-h/Corte-Real_Lavrador_explorations.JPG"><img style="margin: 0pt 0pt 10px 10px; float: right; cursor: pointer; width: 265px; height: 189px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHgkeWC_8CC9KP_EeJ6Vcf1vOpqEs8-UzkUJoVN4iErklqLIMPoV3gnt3fOFtnW7YWTGsZ_S7FkUdwFekh7yCsDPyxA_bRSf90Ksd33VWtq5sTUx2MVAil1XrHTpcXnWC6RshpGw/s200/Corte-Real_Lavrador_explorations.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5288949419139349858" border="0" /></a><br /><br /><blockquote>Esta terra he descober (sic) por mandado do mui excelentissimo principe dom manoel, Rey de portugall a qual se cre ser esta a ponta d'asia, e os que a descobriram nam chagaram a terra mas viroula, e nam viram senam serras muito espessas, polla quall segum a opiniom dos cosmofircos se cree ser a ponta d asia</blockquote><br />Ao contrário da Terra Nova, que claramente é identificada como sendo descoberta por Gaspar Corte Real, a Gronelândia não apresenta descobridor. É provável que a Gronelândia tenha sido então descoberta por João Fernandes Lavrador e Pero de Barcellos. Se Lavrador descobriu ou não o actual Labrador é uma questão em aberto, mas existe a possibilidade de não o ter feito, mas com o tempo e as confusões dos mapas do século XVI o seu nome ter passado da Gronelândia para o actual Labrador. Se esta possibilidade for verdade, Lavrador seria o capitão da Gronelândia, o que é outra informação extremamente interessante e que nunca ouvi referida. Faz muito sentido assim a sua ligação a Bristol, cujos navegadores pescavam frequentemente nas costas da Gronelândia. De notar que a cartografia da Gronelândia efectuada por Lavrador e Barcellos seria a melhor em cerca de 200 anos, pois apenas após estes anos algum mapa rivalizou com a precisão da Gronelândia do mapa Cantino.<br /><br />A última questão tem a ver com a relação da descoberta de Lavrador com a Dinamarca e Noruega, uma vez que estes reinos tinham reclamado este território no tempo dos raides vikings. Parece que as últimas populações nórdicas da Gronelândia extinguiram-se no século XV devido à mini idade do gelo neste século, pelo que seria interessante saber o que pensavam os reis da Dinamarca e Noruega (em união pessoal) sobre esta reclamação da Gronelândia para Portugal, como muitos mapas, incluindo Cantino, mostram. De notar que 25 anos antes Portugal e Dinamarca tinham feito explorações secretas conjuntas do árctico, pelo que as relações teriam de ser certamente boas. Esta é uma questão que ainda não tem resposta. Para a história fica mais o excelente trabalho de Lavrador, que com condições muito adversas, em mares muito perigosos devido ao gelo, conseguiu o objectivo.<br /><blockquote></blockquote><blockquote></blockquote>Câmarahttp://www.blogger.com/profile/00060558604922942769noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18805076.post-31507681210542417522008-12-16T22:38:00.005+00:002008-12-16T23:31:59.271+00:00Democracia e afins (I)Muitas vezes pensamos nas ideias sociais e morais vigentes como as que permanecerão para sempre. Obviamente que isto é não é verdade, outras ideias surgem nem que seja de forma cíclica. Gostaria assim de discutir o que hoje são consideradas "as ideias certas". Em especial a ideia de democracia.<br /><br />Democracia actualmente é sinónima de sufrágio universal. Sobre isto há muito que falar. Os sinais que temos hoje em dia são que a abstenção mantém-se muito alta nos países que têm sufrágio universal. Muita gente interpreta (como eu) que isto significa que as pessoas ou não estão interessadas no acto ou estão completamente descrentes no sistema ou ambas. Mas depois desta interpretação são atiradas uns lamentos e mais nada. Não quererão estes sinais dizer alguma coisa? Ao fim e ao cabo as decisões do país estão a ser tomadas por uma parte não maioritária da população, será assim uma "democracia" real? Na minha opinião a maioria das pessoas só se interessa na política quando os seus direitos fundamentais (direitos humanos necessários à sobrevivência e dignidade, liberdade de pensamento e expressão, respeito) estão ameaçados. Se estes existirem penso que a maioria das pessoas não quer saber se o seu regime é uma democracia ocidental laica ou uma teocracia absoluta fervorosa.<br /><br />Actualmente é uma heresia criticar o sistema democrático, sendo nós imediatamente rotulados de [inserir aqui um exemplo de regime sanguinário, preferencialmente do século XX]. Será o sufrágio universal o regime "final"? Eu acho que nada é permanente, e é por exemplo nestas coisas que penso. E sim, acredito firmemente nos direitos fundamentais das pessoas que já referi acima, não sou apologista de [inserir aqui um exemplo de regime sanguinário, preferencialmente do século XX]. A questão é se o direito político é um dos direitos fundamentais, mas será possível um sistema onde toda a gente tem um direito político que é exercido?<br /><br />Imagine-se que temos um sistema legislativamente minimalista (que garanta somen<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2DiPo-yIeyLkB3qjwZHY2KN67P7ZiNnxNbyAkvJGiMwJTJ37gS7MoiT9WXk_7qqxnxXl54R5bsn_9HxMnQc1dtD9qKnICz1-bX8YzQ7DDNKcFPGeoW9m0vJW_fIqcnO72zwrJtg/s1600-h/peace_love.JPG"><img style="margin: 0pt 0pt 10px 10px; float: right; cursor: pointer; width: 198px; height: 200px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2DiPo-yIeyLkB3qjwZHY2KN67P7ZiNnxNbyAkvJGiMwJTJ37gS7MoiT9WXk_7qqxnxXl54R5bsn_9HxMnQc1dtD9qKnICz1-bX8YzQ7DDNKcFPGeoW9m0vJW_fIqcnO72zwrJtg/s200/peace_love.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5280533183609085394" border="0" /></a>te os direitos fundamentais), quasi-anárquico (para toda a gente ter este direito político e poder usá-lo), pacífico num dado momento. Será possível que toda a gente cumpra os seus desejos? Claramente que não, basta imaginar que uma certa pessoa com ideais radicais pode tentar fazer cair o sistema vigente ao usar o seu direito político (e existem tantas pessoas...), por exemplo motivado por ideias religiosas. As leis desta sociedade fazem-no prender, violando assim a sua essência anárquica de que toda a gente tem direito político. De outro modo a sociedade colapsa. As sociedades humanas têm tensões sexuais, raciais, políticas e religiosas, não se pode criar um sistema teoricamente muito bonito mas que ignore estes problemas práticos.<br /><br />Pode-se alterar então este regime para garantir que não colapse na prática ou teoria desta maneira? Imaginemos que o direito político não pode violar os direitos fundamentais nem alterar o regime. Este regime é estável, embora algumas pessoas nunca poderão pôr em prática as suas ideias porque violam o regime, e é isto que se pretende pois não se quer um psicopata a ter direito de por em prática as suas ideias. Mas como se decidirão as outras questões não radicais? Como toda a gente nesta sociedade tem direito político, ideias contraditórias surgirão. Como decidir agora? Uma maneira é o sufrágio universal, e é aqui que nas sociedades actuais entre a questão de maioria.<br /><br />A maioria surgiu para resolver estes problemas. Quem tiver mais gente ganha. Esta ideia resolve este problema. Mas até que ponto ela funciona? Imagine-se que esta sociedade tem duas etnias, A e B, que querem ter a sua religião (ou ideal, tanto faz) respectiva como oficial do estado, mas que respeitam a ideia de sufrágio universal e maioria. Como a etnia A tem mais gente "ganha" e a sua religião passa a ser a oficial do estado (assume-se aqui que todos os cidadãos de A e B votam na sua religião respectiva). O que acontece com a B? A sua religião é respeitada pela constituição, pelo que ao respeitando a maioria e o sufrágio universal a etnia B vive só com os seus direitos fundamentais. Imagine-se outro caso, que o país quer construir uma capital. A vive no interior, B vive na costa. Assumamos que a capital na costa tem mais vantagens. Como as pessoas querem viver perto da capital (estou a pegar aqui em factos que acontecem na realidade, geralmente esta é a posição das pessoas, voltarei a isto mais tarde) A ganha novamente, apesar da localização em B ter mais vantagens. Aqui quero focar dois pontos:<br /><br />1 - O direito político de A prevaleceu porque a etnia era maior, assim o direito po<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIJ8qtTr-5ABw7AvXxvwndZ6WGKMVU1GagbKZYXfFLGcShRc7rKRLzo0H7EZf6eAixQOf8DyiAtEAdyAa7gJ-j85zhHqYT5-YLB9gScJuQDenYSdhO6zzXMH4bBGWE4sCa6BTn7g/s1600-h/peace-sign.jpg"><img style="margin: 0pt 0pt 10px 10px; float: right; cursor: pointer; width: 200px; height: 161px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIJ8qtTr-5ABw7AvXxvwndZ6WGKMVU1GagbKZYXfFLGcShRc7rKRLzo0H7EZf6eAixQOf8DyiAtEAdyAa7gJ-j85zhHqYT5-YLB9gScJuQDenYSdhO6zzXMH4bBGWE4sCa6BTn7g/s200/peace-sign.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5280534367509246962" border="0" /></a>lítico em regime de maioria depende só do número das pessoas com essa ideia, não interessando se essa ideia é boa ou má para o país.<br /><br />2 – A etnia B vive sempre em minoria relativamente a A, sendo assim as suas ideias nunca vencem. Assim, é como se B vivesse sem direito político (porque de facto ele nunca é utilizado, embora exista de jure). No entanto B vive em paz porque os seus direitos fundamentais são respeitados.<br /><br />As ideias deste país vão depender só das ideias da etnia A, porque são a maior parte da população. Se as ideias de A forem sucessivamente más para o país este acabará por ser ultrapassado nalgum índice por outros países. A única coisa que poderá evitar isto é a consciência nacional de pelo menos alguns cidadãos de A. Assim, a única forma do país seguir um melhor caminho é garantir que os cidadãos de A sintam o dever de pôr as suas ideias de lado e fazer o que é melhor para a nação, mesmo que isto traga desvantagens para si próprios (e.g. têm de viver mais longe da capital). Na questão da capital a etnia B pode invocar as razões benéficas para a capital estar na costa, mas provavelmente estará também a ser motivada por viver na costa e não porque é melhor para o país.<br /><p class="MsoNormal"><span style="font-size:100%;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/6a/Ccaa-spain.png"><img style="margin: 0pt 0pt 10px 10px; float: right; cursor: pointer; width: 244px; height: 169px;" src="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/6a/Ccaa-spain.png" alt="" border="0" /></a></span></p><br />Espanha é um exemplo de um país pluri-nacional. A comunidade castelhana conseguiu que a sua língua fosse considerada a oficial do estado, embora outras nações do estado espanhol tenham línguas que não a castelhana. Se existisse uma votação para escolher a língua oficial o castelhano ganharia porque a comunidade castelhana é maior que as outras. Assim Castela é a nação A de Espanha.<br /><br />Para os cidadãos de B a única forma de terem uma ideia correspondida é juntarem-se à ideia do rebanho maioritário ou então revoltarem-se contra o regime para impor as suas ideias. Ou seja, a única força política vitoriosa é sempre A nos moldes deste regime político, restando a B a tentativa de golpe de estado. É isto que acontece na realidade nalguns países, especialmente países onde existem duas etnias ou culturas bastante diferentes. Após algum tempo a etnia B, não existente politicamente por ser minoritária, acaba por ou pedir intervenção exterior ou por tentar a separação ou eliminação de A. Se juntarmos a isto o facto de que geralmente os direitos fundamentais ou o reconhecimento do sufrágio universal e maioria não acontecem, facilmente se geram guerras. África é especialmente sensível a isto por os seus países terem resultado de fronteiras não culturais, onde várias etnias estão juntas. Naturalmente a etnia maioritária consegue, sob um regime igual ao do mundo ocidental, dominar politicamente as outras. Como muitas vezes nem os direitos fundamentais de uma das etnias são respeitados uma guerra civil começa. Assim, uma democracia de sufrágio universal por maioria geralmente não funciona bem nestes países, que têm um sentido de responsabilidade nacional muito baixo. Outra forma mais trivial de conseguir o domínio é usar a força, e obviamente a etnia maioritária vence…<br /><br />Nota: A presença de desenhos idiotas neste post ou em futuros deve ser considerado um tributo ao McGyver dos pixels: o MS Paint.Câmarahttp://www.blogger.com/profile/00060558604922942769noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18805076.post-39933404814425809652008-12-04T13:23:00.005+00:002008-12-04T20:47:08.900+00:00Planetas e Desplanetas (II)A definição de <span style="font-style: italic;">planeta</span> que saiu do encontro de 2006 foi a seguinte:<br /><br /><span style="font-style: italic;">a) orbita o Sol</span><span style="font-style: italic;"><br /></span><span style="font-style: italic;">b) tem massa suficiente para estar em equilíbrio hidroestático (é redondo)</span><span style="font-style: italic;"><br /></span><span style="font-style: italic;">c) limpou a vizinhança na sua órbita</span><br /><br />O meu comentário:<br /><br />a) Por esta definição os <span style="font-weight: bold;">planetas extrasolares deixaram de ser planetas</span>. Existe na literatura o uso desta palavra para designar estes corpos (ver post anterior), pelo que não vejo a necessidade desta restrição ao Sol.<br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/90/2003EL61art.jpg"><img style="margin: 0pt 0pt 10px 10px; float: right; cursor: pointer; width: 110px; height: 92px;" src="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/90/2003EL61art.jpg" alt="" border="0" /></a><br />b) Concordo, mas esta definição necessita de ser mais concreta. <span style="font-weight: bold;">Quão "redondo" ou qu</span><span style="font-weight: bold;">anta </span><span style="font-weight: bold;">massa deve ter o corpo para poder ser planeta?</span> Na imagem ao lado interpreteção de Haumea, um" planeta anão", que não é muito esférico devido à sua rápida rotação.<br /><br />c) Não concordo. Imagine-se que num certo sistema estelar (nem que seja por um curto período de tempo) dois planetas gigantes estão na mesma órbita (circular, e eles estão em pontos diametralmente opostos da órbita). Por não terem a vizinhança limpa não merecem ser planetas, mesmo tendo dimensões mais que necessárias para tal? Ou imagine-se corpos binários. No nosso sistema temos os casos de vários corpos de dimensões consideráveis que não limparam a sua <a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/7d/Prometheus%27s_effect_on_the_F_Ring.jpg"><img style="margin: 0pt 0pt 10px 10px; float: right; cursor: pointer; width: 123px; height: 141px;" src="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/7d/Prometheus%27s_effect_on_the_F_Ring.jpg" alt="" border="0" /></a>órbita (Ceres, Plutão, Éris,etc) [esta definição de órbita limpa pode ser quantificada, pelo que não é assim tão subjectiva como parece], <span style="font-weight: bold;">bastaria então um destes corpos estar numa órbita limpa que já seriam pla</span><span style="font-weight: bold;">netas?</span> Não vejo o problema de existir uma cintura de corpos com planetas e asteróides, uma coisa semelhante acontece com os anéis de Saturno, onde temos luas pastoras (ao lado Prometeu a passear no meio dos anéis de Saturno) e partículas dos anéis na mesma órbita.<br /><br />Mas este encontro criou mais duas definições,<br /><br /><span style="font-style: italic;">Planeta anão:</span><span style="font-style: italic;"><br /></span><span style="font-style: italic;">a) orbita o Sol</span><span style="font-style: italic;"><br /></span><span style="font-style: italic;">b) tem massa suficiente para estar em equilíbrio hidroestático (é redondo)</span><span style="font-style: italic;"><br /></span><span style="font-style: italic;">c) não limpou a vizinhança na sua órbita</span><span style="font-style: italic;"><br /></span><span style="font-style: italic;">d) não é um satélite</span><br /><br />Não concordo a 100% com esta definição. Mas <span style="font-weight: bold;">o que acho ridículo é o facto de que os planetas anões não são uma subclasse de planetas, mas sim uma classe à parte</span>. Como o nome indica, são planetas, mas anões! Não percebo esta distinção. O meu comentário mais aprofundado:<br /><br />a) idem da definição de planeta<br />b) Concordo, e penso que é esta definição que deve distinguir um planeta de um asteróide, mas como já disse falta ser mais concreto...<br />c) Porquê esta para a definição de um planeta anão? Anão não estaria melhor relacionado com o tamanho (claro que o tamanho tem a ver com a limpeza da sua vizinhança, mas mesmo assim...)? Se se quer manter esta definição porque não um nome mais relacionado? Como planeta-pastor (só um exemplo, vindo das luas de Saturno)<br />d) Concordo, mas satélite está definido? (Pergunto eu)<br /><br />E o "caixote do lixo oficial" do Sistema Solar:<span style="font-style: italic;"><br /></span><span style="font-style: italic;">Pequenos Corpos do Sistema Solar</span> (!)<span style="font-style: italic;"><br />a) O resto, exluindo os satélites</span><br /><br />Para onde foi a definição de asteróide, de cometa, de meteoro? Só temos pequenos corpos do Sistema Solar (PCSS)? Eu proponho que para estes corpos se use a definição asteróide, e depois se criem subclasses para cometa (asteróide com uma certa composição e órbita) e meteoro (asteróide de pequenas dimensões). O nome PCSS parece-se um sinal de claro desinteresse por estes objectos...<br /><br />Mas esta definição falha em alguns pontos. Eu gostava de ver a definição de um <span style="font-weight: bold;">corpo duplo </span>(planeta duplo ou asteróide duplo) e a sua relação com satélite. A proposta muitas vezes utilizada <a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/en/d/dc/Fig4s.gif"><img style="margin: 0pt 0pt 10px 10px; float: right; cursor: pointer; width: 100px; height: 102px;" src="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/en/d/dc/Fig4s.gif" alt="" border="0" /></a>de distinção é que um corpo duplo é um sistema onde o centro de massa do sistema está fora de ambos os corpos, ao invés de corpo + satélite, onde o centro de massa está dentro do corpo maior, sendo satélite o outro. No sistema solar existem corpos assim: Plutão-Caronte tem um centro de massa fora de Plutão, parecendo-me incorrecta a ideia que Caronte é um satélite de Plutão. Casos mais extremos são os dos asteróides 90 Antíope (imagem ao lado) e 1997 CS29, que são dois sistemas onde existem dois corpos com tamanhos aproximadamente iguais, sendo ridícula a ideia que um deles é dominante. Esta definição está em falta na minha opinião.<br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/78/Brown_Dwarf_Gliese_229B.jpg"><img style="margin: 0pt 0pt 10px 10px; float: right; cursor: pointer; width: 145px; height: 102px;" src="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/78/Brown_Dwarf_Gliese_229B.jpg" alt="" border="0" /></a><br />Dada que esta definição está concentrada apenas no sistema solar, o problema das <span style="font-weight: bold;">anãs castanhas</span> não se põe (uma vez que parece que a existência de um Sol b não é credível), mas se se quer extender para além dos limites da nossa estrela isto tem de ser levado em consideração. Ao lado imagem da estrela Gliese 229 A e da sua anã castanha Gliese 229 B (corpo mais pequeno).<br /><br />O meu último comentário é que apenas uma pequena parte da comunidade astronómica votou nesta definição, mesmo na UAI. Talvez se os outros votarem esta definição seja retirada...<br /><br />Nota: Todas estas imagens vêm do wikipedia.Câmarahttp://www.blogger.com/profile/00060558604922942769noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18805076.post-85788244411874322522008-11-14T01:14:00.006+00:002008-11-14T02:31:39.889+00:00Planetas e Desplanetas (I)Primeiro peço desculpa por não actualizar o meu blog (e a sua tradução para inglês) há imenso tempo.<br /><br />Gostava de explicar aqui a minha insatisfação com a definição actual de planeta. A definição em uso foi aprovada pela União Astronómica Internacional (UAI) em 2006. A data não foi escolhida ao acaso, foi sim uma reunião de emergência (digo eu) para não classificar Éris como planeta (Éris foi anunciado em 29 de Julho de 2005).<br /><br />A definição prévia de planeta (não oficial) era simplesmente:<br />a) Orbita uma estrela<br />b) Não é uma anã castanha ou estrela nem outro corpo celeste de grande massa<br />c) É maior que Plutão<br /><br />Durante 75 anos nenhum objecto no Sistema Solar, para além dos planetas tradicionais e Plutão, cumpriu estes requisitos. As descobertas de Quaoar (2002) e Sedna (2003) chegaram a ser anunciadas como a descoberta do "décimo planeta" no entanto várias entidades rapidamente retiravam força a essa afirmação, baseando-se no princípio que estes eram menores que Plutão. No entanto a descoberta de cada vez mais corpos celestes na cintura de Edgeworth-Kuiper anunciava o que se passaria a seguir...<br /><br />Nestes 75 várias outras descobertas puseram a definição de planeta à<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/5b/51pegasi-b.jpg"><img style="margin: 0pt 0pt 10px 10px; float: right; cursor: pointer; width: 178px; height: 168px;" src="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/5b/51pegasi-b.jpg" alt="" border="0" /></a> prova. Nos anos sessenta van de Kamp propôs a existência de planetas na Estrela de Barnard (uma das estrelas mais proóximas do Sol), ou seja, pela primeira vez foi proposto o nome planeta para corpos fora do Sistema Solar. Análises mais tarde não mostraram a existência destes planetas. No entanto a marcha dos planetas extrasolares continuou. Em 1988 Campbell, Walker e Yang propuseram a existência de um planeta em volta de Gamma Cephei, sendo este só confirmado em 2003. Em 1991 e 1992 foram propostas existências de planetas em torno de pulsares. No entanto a comunidade científica mais céptica da existência de planetas extrasolares só foi estilhaçada em 1995 com a descoberta categórica do 51 Pegasi b (ao lado representação deste planeta e da sua estrela 51 Pegasi). Desde aí a descoberta destes planetas tem aumentado todos os anos. Quando as técnicas de detecção permitirem a descoberta de planetas de menor dimensão penso que se mostrará que a esmagadora maioria das estrelas tem planetas.<br /><br />Voltemos à questão da definição de planeta. Em 2005 o anúncio de Éris criou imediatamente ondas de choque. Ao contrário de Quaoar e Sedna, Éris era maior que Plutão. Pela definição não oficial vigente este era um planeta. Não percebo as razões porque tiveram tanta relutância em aceitar esta classificação. Entendo que muita gente não quisesse aumentar muito o número de planetas já que a existência de mais corpos maiores que Plutão é bastante provável. No entanto, para tal precisaram de fazer algo que muitos acusam de blasfémia: se Éris não é planeta, Plutão também não o é. Como símbolo desta classificação (humilhação dizem alguns) foi dado o número de asteróide a Plutão (134340). Curiosamente esta não é a primeira vez que um planeta é despromovido: já tinha acontecido o mesmo com os maiores asteróidas de Cintura Principal.<br /><br />A questão essencial aqui é se se considera Éris e os seus possíveis numerosos companheiros maiores que Plutão ou não considerar nenhum deles, inclusive Plutão. Na minha opinião a existência de 10, 20 ou 30 planetas não iria causar problema nenhum e iria ser aceite com naturalidade. Obviamente que nas escolas nenhuma criança iria ser obrigada a decorar o nome desta legião de planetas, tal como nenhuma é obrigada a decorar o nome das dezenas de satélites naturais planetas tradicionais (só Júpiter tem um harém de mais de 60 luas). O mesmo se aplica a outras situações. Para mim a procura do baixo número de planetas não passa de uma imposição dogmática da UAI.<br /><br />A desclassificação de Plutão (ao lado a melhor imagem actual de Plutão) tem efeitos severos, começando pela própria interroga<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/en/3/30/Pluto.jpg"><img style="margin: 0pt 0pt 10px 10px; float: right; cursor: pointer; width: 142px; height: 142px;" src="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/en/3/30/Pluto.jpg" alt="" border="0" /></a>ção sobre o poder da UAI para julgar algo que muitas pessoas tinham no seu íntimo como planeta (incluindo muitos astrónomos da UAI). Se a UAI regula a definição de planeta, quem regula as definições da UAI? Até a NASA está a sofrer as consequências já que a sonda New Horizons, que está neste momento a caminho de Plutão, e numa perpectiva emocional, perdeu importância. Em vez de ir visitar um planeta vai visitar mais um dos imensos asteróides do Sistema Solar.<br /><br />Para muita gente (como eu) parece estar à vista que a UAI, que durante tanto tempo considerou Plutão um planeta de direito, agora decidiu excluí-lo apenas pela existência de Éris e companhia e não pelas suas características. Parece que esta definição científica (que era necessária) foi forçada pelo dogma e não por necessidade ou responsabilidade científica... Criou-se agora um ambiente em que Plutão não é um planeta <span style="font-style: italic;">de jure</span> mas é um planeta <span style="font-style: italic;">de</span> <span style="font-style: italic;">facto</span>...<br /><br />Num futuro post (próximo, prometo!) falarei da definição de planeta que saiu da reunião e das suas outras consequências.Câmarahttp://www.blogger.com/profile/00060558604922942769noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18805076.post-78741184404302891582007-12-28T18:32:00.000+00:002007-12-28T20:08:16.474+00:00O Especial Amigo de D. João II (I)<div align="justify"> Estamos agora em 1492. Cristóvão Colón pega num navio e numa viagem sem espinhas descobre um novo continente. E isto na primeira viagem de exploração mandada por Castela. Os portugueses, que já tinham chegado ao sul de África, navegavam habitualmente no mar do Sargaço e estavam num esforço nacional de Exploração há quase 80 anos, deveriam ter-se suicidado em massa. Como teria sido possível outra nação, especialmente os demoníacos castelhanos, os terem ultrapassado na arte que melhor dominavam? O malvado Cristóvão Colón é que tinha a culpa, pois esteve longos anos a tentar convencer os Reis <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjz6n9TDMqi5w5fE1XiWw_pMPSUSTQLQt_5jh_pmZZ1OGkHUNywUQtbnZBEUZvuuRq6Rks17s7FAdUmn7SWL4RXejVPtUkkzMZtfZet-3FbDADTByrR2yfHKXuo2vw4Mp8SisAudA/s1600-h/Columbus1.png"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5149118026594088162" style="FLOAT: right; MARGIN: 0px 0px 10px 10px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjz6n9TDMqi5w5fE1XiWw_pMPSUSTQLQt_5jh_pmZZ1OGkHUNywUQtbnZBEUZvuuRq6Rks17s7FAdUmn7SWL4RXejVPtUkkzMZtfZet-3FbDADTByrR2yfHKXuo2vw4Mp8SisAudA/s320/Columbus1.png" border="0" /></a>Católicos a apoiá-lo na viagem, como já tinha feito em Portugal. Este malandro só merecia uma coisa... ser especial amigo de D. João II de Portugal.<br /><br />Pois é, em 1488, quando Colón estava a tentar convencer os Reis Católicos, D. João II numa carta secreta chama-lhe "especial amigo em Sevilha" e diz que "vimos a carta que nos escreveste e a boa vontade e afeiçam que por ella mostraaes teerdes a nosso serviço. Vos agradecemos muito"e mais "a vossa industria e bõo engenho nos será necessário". D. João II tinha rejeitado a proposta de Colón, por saber que a Índia não era para oeste, e no entanto Colón demonstrava estar de boa vontade ao serviço de D. João II (supostamente deveria estar furioso)e D. João II dizia ser necessário o "engenho" de Colón (que supostamente era um idiota que dizia que a Índia era mais perto por oeste do que por este).<br /><br />Outra, muitíssima interessante, é o facto dos indígenas do Haiti dizerem a Colón e à tripulação que não há muito tempo passaram por ali <em>navios e pessoas parecidos com eles</em>.<br /><br />Mais há mais coisas interessantes. Enquanto esteve em Portugal, Colón casou-se com Filipa Moniz Perestrelo, que vivia no convento de Santos-o-Velho, que era só para membros da ordem de Santiago, que curiosamente tinha como mestre D. João II. O melhor era que Colón a tinha conhecido porque ia lá regularmente à missa...para além de que para se casar com ela só com autorização do mestre...<br /><br />Em mais situações (socorro aos Portugueses em Arzila sem dizer nada aos Reis Católicos, encontrar-se com D. João II no regresso da sua primeira viagem <em>antes</em> de D. Isabel e D. Fernando II e a rainha D. Leonor de Portugal mandar-lhe uma carta para este não se ir embora sem a ver, etc...) se pode ver que há muita coisa por dizer sobre este homem, que não parece ter nada a ver com aquilo que se diz dele. E em muitas delas parece <em>português </em>ou pelo menos <em>estar ao Serviço de Portugal</em>.<br /><br />Será que a descoberta da América para Castela se fez por Colón ao serviço de Portugal?</div>Câmarahttp://www.blogger.com/profile/00060558604922942769noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18805076.post-59824420038887784092007-12-26T16:25:00.000+00:002007-12-26T18:28:07.085+00:00Os Bacalhaus Perdidos (IV) - Portugal e Kalmar<div align="justify">Os últimos possíveis exploradores da América antes de Colón que vou falar são talvez os mais conhecidos: João Vaz Corte-Real e Álvaro Martins Homem. João Vaz é pai de Gaspar e Miguel, que falaremos mais à frente. Gaspar Frutuoso, historiador açoriano do século XVI, diz que João Vaz Corte-Real recebeu a capitania da Angra na Terceira por ter descoberto a Terra Nova dos Bacalhaus. Sendo verdade, isto indicaria uma viagem antes de 1474. Muitos historiadores indicam que este foi um erro de Frutuoso que o confundiu com os filhos (veremos depois o que foi que eles fizeram).</div><div align="justify"><br /></div><div align="justify">Mas existe outra indicação sobre esta viagem, que vem <img style="FLOAT: right; MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 284px; CURSOR: hand" height="166" alt="" src="http://www.rootsweb.com/~dnkcen/images/dk_ku.gif" border="0" />da Escandinávia. Numa carta para o rei Cristiano III da Dinamarca em 1551, lê-se que foi realizada uma viagem no tempo de Cristiano I da Dinamarca (e também da Noruega e da Suécia, a União de Kalmar) e de Afonso V de Portugal, a pedido do <em>Africano</em>. Ao que parece João Vaz Corte-Real e Álvaro Martins Homem teriam participado nesta viagem luso-dinamarquesa, que teria passado pela Gronelândia e chegado à América do Norte. Gostava de saber o que diz exactamente esta carta, e se os nomes dos exploradores portugueses aparecem, pois seria um dado que daria mais credibilidade às afirmações de Frutuoso. </div><div align="justify"> </div><div align="justify">Possivelmente existiram mais viagens, nas quais talvez se integre a de Colón a estas paragens em 1477 (palavras do próprio). De notar que existe alguma dúvida na existência ou não de antigas colónias escandinavas na Gronelândia aquando da chegada destas expedições.</div><div align="justify"><br /></div><div align="justify">A ideia que interessava a Portugal parecia ter sido que se poderia chegar à Ásia pelo Norte, sendo assim uma possível alternativa à rota do Cabo. Como se veio a verificar, a rota do Cabo era mais fácil de se realizar. No entanto para uma exploração conjunta ter ocorrido é porque os países tinham uma relação notável, algo que não se refere muitas vezes.</div>Câmarahttp://www.blogger.com/profile/00060558604922942769noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-18805076.post-29876726195333133522007-12-26T13:54:00.000+00:002007-12-26T14:43:55.268+00:00Os Bacalhaus Perdidos (III) - Os Colon(bo)s<div align="justify">Como vimos anteriormente, os Portugueses no século XV faziam viagens mar adentro, que levou à descoberta por exemplo do Corvo e das Flores. Algumas destas viagens teriam chegado à América? Vamos ver algumas.<br /><br />Diogo de Teive lançou-se para oeste em 1451 (no regresso descobriu as Flores e o Corvo) a partir do Faial e percorre 150 léguas. Foi em busca da mítica ilha das Sete Cidades mas não a encontrou. De notar que foi parar à Irlanda, pelo que navegar no mar alto não era problema nenhum para os navegadores portugueses, como por vezes se diz. <a href="http://www.bermuda-triangle.org/assets/images/Sargasso.jpg"><img style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand" alt="" src="http://www.bermuda-triangle.org/assets/images/Sargasso.jpg" border="0" /></a><br /><br />Contudo, fez uma segunda viagem, em 1452, acompanhado por Pedro Vasques de la Frontera e descobriu a mítica ilha! Não se sabe se este teria ido para norte, em direcção aos bancos da Terra Nova, ou para sul, em direcção ao Mar do Sargaço, que até já era conhecido dos portugueses. Esta ilha tanto pode ser a ilha Sable, a Bermuda ou uma das Caraíbas, mas o que interessa é que era uma das ilhas do continente americano.<br /><br /><br />Há mais "exploradores fantasma" como António Leme antes de 1484, que descobriu 3 ilhas, João Vogado em 1462, Gonçalo Fernandes a mando do Infante D. Fernando em 1462, Vicente Dias e Fernão Teles. Este último até ganhou o monopólio em 1475 do comércio das ilhas que descobriu. De notar que nesta altura nem o Tratado de Alcáçovas nem o de Tordesilhas estavam em efeito.<br /><br />Há mais dois exploradores mistério, mas estes ficam para a próxima.</div>Câmarahttp://www.blogger.com/profile/00060558604922942769noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18805076.post-17209783295586838102007-12-26T13:00:00.000+00:002007-12-26T13:54:50.199+00:00Os Bacalhaus Perdidos (II) - O Oeste<div align="justify">Os primeiros europeus que com certezas absolutas chegaram à América foram os vikings. Atravessando o Árctico. estabeleceram colónias na Gronelândia e pelo menos também na Terra Nova. Este contacto haveria de acabar e ao que parece a Europa e a América permaneceram afastadas até às Descobertas.</div><br /><div align="justify">As explorações portuguesas no início do século XV não se confinaram às re<a href="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/ac/LocationAzores.png"><img style="FLOAT: right; MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand" alt="" src="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/ac/LocationAzores.png" border="0" /></a>giões costeiras, como se costuma dizer. A descoberta dos Açores prova-o e se se analisar bem a distância das ilhas do Corvo e das Flores à Terra Nova vê-se que metade do caminho até à América já tinha sido desbravado... Assim, e com o aumento cada vez maior da capacidade de exploração dos navios portugueses ao longo do século, a descoberta da América seria apenas uma questão de tempo...<br /></div><div align="justify">Tradicionalmente a descoberta a América é atribuída a Colón em 1492. E não por Portugal, o único país apostado na exploração, mas curiosamente (ou não...) pelo único vizinho de Portugal, Castela. Esta história e o resto são bem conhecidos e voltamos a eles mais tarde.<br /></div><br /><div align="justify">Há uma questão que no entanto faz sentido perguntar: será que Portugal terá chegado à América antes de Colón em 1492? A título de exemplo veja-se que o Corvo e as Flores foram descobertos cerca de 1450. Será que em 40 anos não se experimentou navegar para oeste?<br /></div><div align="justify">Como seria de esperar, os vestígios de tais viagens não existem ou são mu<a href="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/21/Caminho_maritimo_para_a_India.png"><img style="FLOAT: right; MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand" alt="" src="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/21/Caminho_maritimo_para_a_India.png" border="0" /></a>ito vagos. Porque outro ponto muito importante muitas vezes não é referido: o secretismo. As razões para o secretismo português no século XV podem ser muito ou pouco óbvias, mas uma coisa é certa: ele existiu. Alguém acredita que entre a viagem de Bartolomeu Dias em 1488 e a de Vasco da Gama em 1498 não se explorou nada no Atlântico Sul? (Viagem de Vasco da Gama está a preto no mapa ao lado). É que Vasco da Gama, que ia numa missão importante, não repete o trajecto de Dias, percorre um novo... e se existissem condições atmosféricas terríveis neste novo caminho? A única explicaçao que eu encontro é que explorações ocorreram no Atlântico Sul nestes 10 anos e que Gama foi pelo melhor caminho que se encontrou. Mas se assim foi, então algumas viagens foram escondidas. Aliás, até a própria viagem de Bartolomeu Dias apenas é conhecida devido a algumas "fugas de informação"...</div><br /><div align="justify">No texto seguinte vamos analisar algumas destas "viagens fantasma" a terras no oeste.</div>Câmarahttp://www.blogger.com/profile/00060558604922942769noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-18805076.post-48812667469134420972007-12-24T17:47:00.000+00:002007-12-24T19:12:57.945+00:00Os Bacalhaus Perdidos (I)Geralmente quando se fala do Império Português centram-se logo as atenções em África (no geral, como se Arguim e Melinde fossem terras vizinhas), no Brasil e na Índia (também no geral). E isso é natural, já que durante a extensão temporal do Império estas terras foram o ponto mais lucrativo e importante. Mas havia mais para além destas.<br /><br /><div>O que me leva a escrever este artigo é o desconhecimento ou desinteresse de muitos nas antigas possessões portuguesas na América do Norte. Sim, ouviu bem, na América do Norte - não estou a falar do Brasil. O que primeiro me cativou a atenção foi um dos meus livros escolares do 7º ou 8º ano, que para além da representação do império típica, tinha um pequeno pontinho a oeste dos Açores. Durante muito tempo fiquei intrigado com aquele pontinho. Não fazia sentido ainda por cima porque ficava a oeste da linha de Tordesilhas, portanto não poderia ser Português, mas ali estava. Não perguntei ao professor o porquê, talvez porque já tivesse descoberto mais um interesse para desenvolver. Mas sempre ficou na minha memória aquele pontinho na América do Norte.</div><div> </div><div>Mais tarde, talvez pouco tempo depois, descobri que aquele pontinho estava sobre a Terra Nova. Comecei a investigar sobre a Terra Nova e ainda fiquei mais perplexo: tinha sido descoberta por Caboto em 1497 e tinha sido um colónia inglesa. Jacques Cartier também tinha lá passado. Teria sido um erro aquele pontinho? Nunca quis acreditar que era, mas não conseguia explicar como tinha surgido, e também não encontrava respostas...</div><div> </div><div>Anos depois cá estou eu e já sei o porquê daquele pontinho. Pode dizer-se que a internet ajuda muito. Pois bem, vou desvendar um pouco o porquê daquele ponto. Porque eu acho que até as colónias mais esquecidas ou falhadas merecem ser referidas e estudadas e de forma separada das demais.</div><div> </div><div>Bem vindos à Terra Nova dos Bacalhaus, a parte portuguesa da América do Norte no século XVI.</div>Câmarahttp://www.blogger.com/profile/00060558604922942769noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18805076.post-1131558003061215262005-11-09T17:30:00.000+00:002007-11-12T20:31:22.428+00:00Terra TranscendentalCâmarahttp://www.blogger.com/profile/00060558604922942769noreply@blogger.com1